Um erro de empresas de telefonia fez um cliente ter o mesmo número de celular que funcionasse em duas operadoras, Vivo e Claro,
as duas maiores empresas do segmento no Brasil. A falha permite que
dois celulares diferentes recebam ao mesmo tempo ligações desse número,
conforme presenciado pela reportagem. Só que o
consumidor, que só queria deixar de ser cliente de uma empresa para
passar a ser de outra, agora terá de arcar com duas contas de companhias
diferentes mas referentes ao mesmo número.
"Quando alguém liga, às vezes toca no [número da] Vivo, às vezes toca
no Claro, às vezes toca nos dois ao mesmo tempo", conta Bruno Ribeiro,
bacharel em direito de 29 anos, que mora em Lambari (MG), e é o dono da
linha telefônica problemática.
A Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações (ABR Telecom),
que transfere linhas entre operadoras, diz que a portabilidade foi
realizada com sucesso. E que é a empresa de onde Ribeiro saiu, no caso a
Vivo, que deve desligar o número. A Claro diz não ter identificado irregularidades.
Apesar de não constatar problemas quando foi contatada por Ribeiro, a
Vivo reconheceu que o erro foi dela, após ser procurada.
Afirmou, no entanto, ser uma falha isolada e não sistêmica. Prometeu
ainda colocar um ponto final na questão sem "ônus". “Em relação à
desativação do serviço, a empresa informa que este é um caso pontual e
que está tomando as providências para regularizar a situação no menor
prazo possível, sem ônus para o cliente.” Até a publicação deste texto,
no entanto, o número ainda estava duplicado.Número duplicado
Ribeiro conta que o imbróglio começou em 29 de outubro, quando ligou
para o call center da Vivo com a intenção de reclamar da falta de
cobertura da internet. Após discutir com um atendente, diz ter o plano
pós-pago transformado em pré-pago, sem sua anuência. Segundo a Vivo, em
resposta à reportagem, “não há registro de migração para um plano
pré-pago”.
Insatisfeito com a situação, Ribeiro resolveu migrar o celular para a
Claro. Segundo a ABR Telecom, responsável pela portabilidade numérica, a
linha passou a fazer parte da rede da operadora às 8h01 de 9 de
novembro deste ano.
Dias depois, antes de jogar fora o chip da Vivo antigo, Ribeiro
resolveu testá-lo em outro celular. Descobriu que o número, agora
integrado como pós-pago à rede da Claro, ainda podia ser usado como se
fosse da Vivo. Para piorar, Ribeiro consultou sua situação cadastral
junto à Vivo e constatou que voltara a ter uma conta pós-paga da
operadora. Ou seja, em dezembro, terá de arcar com duas faturas do mesmo
número de celular.
Portabilidade
Ribeiro tentou, sem sucesso, resolver o problema. Foram 23 ligações ao
call center da Vivo. “Quando eu ligo na Vivo, recebo os protocolos nos
dois celulares”, ri da situação. Depois disso, ainda acionou a Vivo
nesta quinta-feira (24) pelo portal do governo federal voltado a
conflitos de consumo. A empresa informou que a portabilidade fora
concluída e o número já não estava em suas bases.
Não foi isso o que ocorreu com Ribeiro por, pelo menos, 20 dias.
Segundo a ABR Telecom, as transferências numéricas são efetivadas em até
três dias úteis. A possibilidade de migrar um número telefônico de uma
operadora para outra no Brasil completou oito anos em outubro deste ano.
Nesse período, foram alvo de portabilidade 33,5 milhões de linhas, das
quais 12,41 milhões de telefones fixos e 21,4 milhões de celulares.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
China passa EUA e vira o país com mais supercomputadores do mundo
A China passou os Estados Unidos e se tornou o país com o maior número de supercomputadores do mundo, aponta o ranking Top 500, divulgado nesta segunda-feira (20). Já o Brasil, que chegou a ter seis máquinas na lista e estava no grupo das dez nações com maior potencial de computação de alto nível, teve sua participação reduzida para apenas quatro representantes.
De 2015 para 2016, a China pulou de 109 supercomputadores para 167. Nesse meio tempo, o total de máquinas norte-americanas caiu de 199 para 165, na lista que reúne computadores tão velozes a ponto fazer milhões de milhões de cálculos enquanto você nem terminou de piscar os olhos.
A máquina mais rápida do ano passado já era chinesa. Agora, o topo do ranking é do Sunway TaihuLight, do Centro de Supercomputação Nacional, também da China. Só que o dispositivo é três vezes mais rápido que o antigo líder, o Tianhe-2 (Universidade Nacional de Tecnologia para a Defesa), e cinco vezes mais ágil que o primeiro norte-americano da lista, o Titan (Laboratório Nacional Oak Ridge), no terceiro lugar.
O critério dos cientistas do Laboratório Nacional de Berkeley, Universidade do Tennessee e da Prometeus, que elaboram o ranking, é a capacidade de executar cálculos. O Sunway faz 93 petaflops, equivalente a 456 trilhões de cálculos de ponto-flutuante por segundo (trocando em miúdos: contas de soma e subtração por segundo). Já a potência do Tianhe-2 é de 33 petaflops e a do Titan, de 17 petaflops.
Antes no top 10 dos países com maior número de supercomputadores no ranking, o Brasil passou a ocupar a 11ª posição. No ano passado, eram seis os representantes brasileiros: Três deles são do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ), um do Cimatec, em Salvador (BA), um do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), de São Paulo (SP), e um da Petrobras. Em 2016, saíram da lista as máquinas do Inpe e da Petrobras.
Japão planeja supercomputador para retomar ponta em tecnologia
O Japão planeja construir o supercomputador mais rápido do mundo, em
uma aposta para municiar as fabricantes do país com uma plataforma para
pesquisa que pode ajudá-las a desenvolver e melhorar os carros
autônomos, robótica e diagnósticos médicos.
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria investirá o equivalente a US$ 173 milhões no projeto. O projeto é parte de uma política do governo para retomar a posição do Japão no mundo da tecnologia.
O país perdeu a dianteira em muitas áreas em meio à intensa competição com Coreia do Sul e China, lar da máquina com melhor performance do mundo atualmente.
Em um movimento que deve colocar o Japão no topo dos supercomputadores, os engenheiros devem construir uma máquina que pode fazer 130 quadrilhões de cálculos por segundo -- ou 130 petaflops, em linguagem científica -- no início do ano que vem, disseram fontes envolvidas no projeto.
Nesta velocidade, o computador japonês estaria a frente do chinês Sunway Taihulight, que tem capacidade de 93 petaflops.
"Até onde sabemos, não há nada que seja tão rápido", disse o diretor geral do Instituo Nacional de Ciências Industriais Avançadas e Tecnologia do Japão, Satoshi Sekiguchi. O computador será construído no instituto.
O esforço para retornar à vanguarda acontece num momento de crescente nostalgia do auge da destreza tecnológica do Japão, que diminuiu desde que a China o superou como a segunda maior economia do mundo.
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria investirá o equivalente a US$ 173 milhões no projeto. O projeto é parte de uma política do governo para retomar a posição do Japão no mundo da tecnologia.
O país perdeu a dianteira em muitas áreas em meio à intensa competição com Coreia do Sul e China, lar da máquina com melhor performance do mundo atualmente.
Em um movimento que deve colocar o Japão no topo dos supercomputadores, os engenheiros devem construir uma máquina que pode fazer 130 quadrilhões de cálculos por segundo -- ou 130 petaflops, em linguagem científica -- no início do ano que vem, disseram fontes envolvidas no projeto.
Nesta velocidade, o computador japonês estaria a frente do chinês Sunway Taihulight, que tem capacidade de 93 petaflops.
"Até onde sabemos, não há nada que seja tão rápido", disse o diretor geral do Instituo Nacional de Ciências Industriais Avançadas e Tecnologia do Japão, Satoshi Sekiguchi. O computador será construído no instituto.
O esforço para retornar à vanguarda acontece num momento de crescente nostalgia do auge da destreza tecnológica do Japão, que diminuiu desde que a China o superou como a segunda maior economia do mundo.
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